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Arquitetos: A3 Luppi Ugalde Winter
- Área: 1900 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Javier Agustín Rojas, Bernardo Ramirez
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Fabricantes: Caros Divisores, New Light, Poral
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado no bairro de Saavedra, Buenos Aires, Argentina, este edifício tem a característica de ser a proa de uma quadra atípica da região, tornando-se referência em uma das importantes artérias de entrada rápida para a cidade. O conjunto composto por residências e estúdios propõe, em cada um de seus espaços, o contato pleno com o exterior.
Tanto em seus terraços privados como nas circulações e mirante, a premissa é gerar vistas e diálogo com o entorno, assim como também permitir a entrada de luz natural. A proposta é baseada em gerar unidades acessadas sempre por corredores e pátios, oferecendo a sensação de habitar uma casa. Esses espaços são ao mesmo tempo expansões completamente integradas aos ambientes. As áreas principais se relacionam com os terraços, esfumaçando os limites e capturando as vistas.
O edifício é composto por térreo, oito andares e dois volumes recuados no nono e décimo pavimento. O acesso está localizado na fachada da Av. Balbin. No térreo estão as garagens e uma loja totalmente transparente que consolida a esquina e se integra com o bairro. No subsolo estão localizados os serviços. Todos os andares contam com três unidades, uma grande na esquina e duas nas laterais, alternando em dimensões e usos. O nono andar, primeiro recuo, é composto por dois apartamentos com a particularidade do aproveitamento da grande expansão perimetral, enquanto no décimo andar, segundo recuo, está localizado o mirante de uso comum.
Em relação às decisões principais, o projeto parte da ideia de encostar o núcleo (escada e elevador) na empena e gerar um corredor central com acesso a cada uma das unidades. É importante destacar que todos os ambientes perimetrais do edifício não possuem pilares, permitindo a flexibilidade para unificar ambientes. Neste sentido, a maioria dos núcleos sanitários estão localizados no centro da planta, liberando as áreas que recebem luz natural.
Outro ponto relevante do edifício é o conceito da estrutura, uma envoltória de concreto estrutural que livra todos os espaços perimetrais da necessidade pilares; esta se complementa com uma viga paralela à borda e pilares centrais que acompanham as circulações as quais delimitam os serviços. Esta premissa de comunhão entre arquitetura e flexibilidade estrutural se traduz na linguagem do edifício desde a sua gênese.
Ao analisar sua morfologia, envoltória e jogo de cheios e vazios, é possível entender o projeto como uma peça urbana de forte impacto que modifica o perfil do bairro. Desde o habitar, com apartamentos que se relacionam com o entorno através da proposta tipológica concebida como uma forma flexível e contemporânea. Reelaborando o conceito das construções que brilharam em Buenos Aires durante o século passado, este edifício confere identidade tanto a quem os habita quanto ao seu entorno imediato.